sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Economythbuster: IMPOSTOS e CUSTOS


Inauguro a seção economythbuster, que tentará desconstruir mitos econômicos, isto é, idéias populares, mas enganosas, sobre fenômenos econômicos.  O tema deste post é sobre o efeito econômico de aumento de  tributos ou de custos de produção. Em conversas informais, já me disseram que os supermercados não se preocupariam com o aumento de custos decorrentes das chamadas perdas (furtos de produtos) e que as empresas, ao se depararem com aumento de impostos, não se incomodariam, pois simplesmente, em ambos os casos, os referidos agentes econômicos repassariam integralmente o ônus para o consumidor. Mito ou verdade? Mito, talvez o maior de todos. O raciocínio pressupõe que as empresas repassam integralmente o aumento e que o consumidor não reduz sua demanda.
As empresas podem repassar todo o aumento. Nada impede. No entanto, em condições normais de demanda e oferta, a perda de demanda causada pelo aumento excessivo de preços não compensa.  As empresas preferem então repassar apenas parte do aumento ao  consumidor. Não o fazem por sentimento altruísta, mas sim para minimizarem a perda de lucros.
Isto pôde ser comprovado empiricamente em estudo sobre automóveis (ARTIGO) que realizei junto com outros dois colegas (Fancis Petterini e Victor Hugo) que mostra que neste setor a divisão da carga fiscal é de aproximadamente 80% para o consumidor e 20% para as empresas. Ou seja, de 10000 reais de impostos, a empresa absorve R$2000 e repassa R$8000. 
 Existe outro indicador indireto que revela que o mito é um mito: o posicionamento dos agentes econômicos. Ora, se as empresas não fossem afetadas pelo aumento de impostos ou de seus custos não veríamos empresários reclamando da volta da CPMF ou do chamado custo Brasil.  
As empresas não são afetadas pelo aumento de custos ou tributos, pois repassam integralmente o ônus para o consumidor..... MITO!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Nacional-Desenvolvimentismo

Em seminário recente, CAEN-EPGE, Prof. Pedro Cavalcanti defendeu
que o Brasil estaria caminhando rapidamente para a adoção em larga 
escala de políticas desenvolvimentistas (tolerância com inflação alta,
exigência de conteúdo nacional em vários setores, política industrial 
seletiva,flexibilização do direito de propriedade, novas estatais, 
criação de campeões nacionais, aumento de subsídios,etc.).

Para reforçar sua tese, agora vem o aumento do IPI, cujo principal
objetivo é barrar a entrada de importados não fabricados pelas 
montadoras "nacionais". Para um bom observador do mercado 
isto significa impedir o crescimento das marcas coreanas e chinesas.
A esperança de um mercado automobilístico mais competitivo 
foi para o espaço devido à pressão das grandes montadoras, que nunca 
produziram tanto quanto nos últimos anos. 
Estamos de volta a era das carroças? À substituição de importações? A
volta, ou permanência, do produto ruim, caro, mas  feito no Brasil?

Mantega garantiu que as montadoras não elevarão os preços. Ele vai
tabelar? Teremos os fiscais do Mantega?
Parece que o prof. Pedro está a cada dia mais correto...